O poeta é um fingidor...
Foi Alberto Caeiro, Bernardo Soares, Álvaro de Campos, Alexander Search, Ricardo Reis, o ortónimo e outros...
Há exactamente 70 anos desaparecia o poeta, o homem, o intelectual, o filósofo!
Dizia que o poeta era um fingidor e "fingia" ser outros, tantos quantos as personalidades que assumia. Os "outros" de si mesmo...
Chove. Que fiz eu da vida?
Fiz o que ela fez de mim...
De pensada, mal vivida...
riste de quem é assim!
Numa angústia sem remédio
Tenho febre na alma, e, ao ser,
Tenho saudade, entre o tédio,
Só do que nunca quis ter...
Quem eu pudera ter sido,
Que é dele? Entre ódios pequenos
De mim, estou de mim partido.
e ao menos chovesse menos!
F.Pessoa, 23-10-1931
4 Comments:
At 5/12/05 15:39, Anónimo said…
Todos fingimos ser o que não somos mas também o que somos.
Afinal o que seria da nossa vida se não houvesse a capacidade de fingir, de reinventar e de nos reinventarmos?
At 15/12/05 12:45, Anónimo said…
Para um artigo sobre música?
At 15/12/05 12:47, Anónimo said…
Para quando um artigo sobre Mozart?
At 31/12/05 01:37, Anónimo said…
Boa! Um artigo sobre Mozart! O ducentésimo quinquagésimo aniversário do seu nascimento no próximo ano, 2006, será um bom pretexto (se necessário for!) para tal, não acham?
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