linguasafiadas

Desatamos aqui a língua com pimenta e piri-piri q.b. para não picar o melindre!

17.12.05

1905-"Annus Mirabilis"

Quando o físico inglês Stephen Hawking começou a escrever o seu best-seller "Uma breve história do tempo", foi avisado que se incluísse uma única equação comprometeria seriamente as vendas do livro. Apesar das implicações financeiras, Hawking sentiu-se compelido a incluír uma: E=mc2, a famosa fórmula de Albert Einstein.
A equação publicada há exactamente 100 anos simboliza a revolução ocorrida na Física no início do século XX. Com efeito, designa-se por Física Clássica a ciência desde Galileu e Newton até Einstein; a Física Moderna assenta nas teorias de relatividade (geral e restrita) de Einstein que, em conjunto com a Física Quântica, modificou as nossas ideias de espaço e tempo, causa e efeito, permitindo o desenvolvimento de outras teorias para tudo, desde o "big bang" aos buracos negros.
"Annus Mirabillis", assim ficou conhecido nos meios científicos o ano de 1905, em que Einstein publicou cinco artigos, cada um deles com o impacto de uma tese de doutoramento (ainda se estava no tempo em que elas realmente faziam história, pois traziam algo de novo para a humanidade). Um desses artigos, caracterizando o efeito fotoeléctrico e introduzindo o conceito de fotão como a "partícula" da luz, valeu-lhe mais tarde o Prémio Nobel da Física (em 1921). No entanto, para o grande público, ele é o homem da Teoria da Relatividade e terá sido esta a sua contribuição mais revolucionária para a evolução científica. Porque não terá Einstein recebido o Nobel por esta teoria? Alguns autores e biógrafos do homem cujo cérebro se encontra congelado, afirmam que Albert não merecia o prémio na totalidade visto que a Teoria também não seria sua na totalidade. Extractos de cartas do cientista à sua mulher e colega de curso, Mileva Maric, referem "o nosso artigo", "a nossa investigação", "a nossa ideia" e uma curiosa advertência: "One should be nice and modest and keep one's mouth shut, this is my advice to you".
Controverso, como sempre. O homem, tal como a obra, uma vastidão a conhecer...
Porque não aproveitar para isso, o que resta do ano de 2005, justamente Ano Internacional da Física, em comemoração do centenário da publicação de tão célebres teorias?
Professora Ana Paula Calixto
A propósito um "poemazinho" de D.H.Lawrence:
"Gosto das teorias da relatividade e quânticas
Porque as não compreendo
e fazem-me sentir como se o espaço se esquivasse
como um cisne indeciso
que se recusa a ficar quieto e a ser medido;
como se o átomo fosse uma coisa temperamental
mudando constantemente a sua vontade."

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