Dia do Pai/Ausência do Pai..
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Pensava eu agora na palavra Pai, e estranhamente soou-me vazia de sentido, palavra curta, uma única sílaba. Se dissermos a palavra e a deixarmos ecoar, não faz sentido algum. Parece até oca, ecoa apenas.
Mas depois penso nos caminhos, no referente que me cruza com ela e que me foge dela. E são tantos os caminhos, são tantos os sentidos que despertam.
Estes caminhos que tantas vezes se cruzavam e separavam dele, incessantemente, acreditava...
E depois? E agora? Uma imagem sorridente que já não posso tocar, tantos lugares que lhe pertencem, onde apenas paira a memória das suas mãos, dos seus gestos, do seu estar tão único. Os objectos que lhe pertencem, os que construiu. O seu espaço, será sempre o seu espaço, que habitou, que percorreu, que criou.
E eu, e nós que fazemos parte dele e do seu espaço?
Vemos imagens nubladas de caminhos percorridos em comum, caminhos diferentes mas sentidos em comum. Vemos sempre um sorriso mesmo quando as lágrimas teimam em ofuscar o olhar.....
E tudo nos mostra que continua sempre a percorrer caminhos connosco, apenas para nos acompanhar, para nos aquecer um pouco o coração, para não nos sentirmos abandonados.
2 Comments:
At 21/3/06 12:45,
Anónimo said…
Ás vezes é dificil suportar a ausência física de alguém que amamos e já partiu. Esta saudade torna-se tão violenta que nos dilacera e não conseguimos gerir a nossa existência. Como lidar com estes sentimentos dolorosos que ainda não aprendemos a integrar na nossa vida?
At 5/4/06 03:21,
Fernando Jose Andrade said…
o tempo encarrega-se de consolidar a ausencia do nosso querido pai.
á luz dos anos que se sucederam, a figura do pai desaparecido configura-se agora envolto em panejamentos suaves tingidos de azul pastel, rio apaziguador, memória doce.
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