linguasafiadas

Desatamos aqui a língua com pimenta e piri-piri q.b. para não picar o melindre!

29.10.05

Era uma vez ....

A escola

A Escola era como um pequeno país, com pessoas simpáticas e antipáticas, pacientes e impacientes, generosas e egoístas, bendizentes e maldizentes, que trabalhavam juntas e juntas se construíam e desgastavam.
Disse que a Escola era como um país. E era. Tinha regras que se cumpriam e outras que não se cumpriam. Tinha governantes que eram eleitos democraticamente e governavam. Tinha governantes que, democraticamente, exerciam o seu direito de pôr, opor e dispor, conforme a influência dos seus líderes ou sensibilidades. Possuía as zonas distintas dos grupos, as pequenas capelas da oposição, os círculos presidencialistas e as largas faixas dos neutros. Em resumo: tinha um corpo docente de uma centena de indivíduos, exercendo uma das profissões mais gratificantes e esgotantes do mundo.
Por isso, quem tenha a triste ideia de pensar que levar uma escola para a frente é tarefa fácil, é porque conhece muito pouco da natureza humana e das suas fraquezas!
Fazer com que, dia após dia, uma população de, aproximadamente, mil almas, conviva em paz e sossego, recebendo cada um o que lhe é devido, desde comida a respeito, é uma tarefa que requer, por vezes, virtudes gigantes que não possuímos. Porque numa escola acontece de tudo. Uma escola não é um edifício com muitas salas onde os meninos entram a toque de campainha, recebem ensinamentos e tornam a sair. Para começar, as campainhas, de vez em quando, não tocam e então, gera-se um crescendo de gritos e assobios que, ao rolar pelos corredores, leva às portas da loucura os mais nervosos.
Uma escola faz-se todos os dias com muita Bondade e Firmeza. Fazem-na todos os que nela trabalham. Sem nenhuma excepção. E quando alguém falha (e todos os dias falham sempre alguns), as faltas vêm ao de cima como nódoas de azeite e ficam à vista de quem sabe entender. O pior é que, uma vez toleradas, se pensam aceites e se instalam de vez. Depois, como um vício, só são extirpadas com lutas penosas e o sofrimento daqueles que atacam e de quem se defende. E nem toda a gente, devemos sabê-lo, nasceu campeã de causas perdidas!
Uma escola é também um lugar onde é preciso saber, e depressa, o que se faz quando:
se partem braços
se tomam drogas
se roubam objectos
se cortam veias
se atropelam alunos
se instauram processos
se anavalham rivais
se apalpam garotas.
É o lugar onde os encarregados de educação vêm:
desabafar
perguntar
pedir
exigir
gritar
ofender
ameaçar...e, por vezes, bater! É o sítio onde mães de famílias respeitadas são desrespeitadas até à neurose, à raiva e ao pranto, só porque não possuem as doses exactas de autoridade e ternura que despertam respeito nesta seiva a ferver.
Uma escola é também um lugar cheio de explosões de sons agressivos, onde as dores de cabeça serão enxaquecas, os aborrecimentos se transformam em depressões e as depressões em psicoses.
Ah!, mas é também um lugar maravilhoso, onde os olhos de uma criança, de repente, se acendem e aquecem quem vê. É o lugar onde as lágrimas podem ocultar uma imensa alegria e um sorriso tenso, um drama sombrio.
É o país do Ontem, do Hoje e do Amanhã, onde os professores apelam incessantemente às fontes da paciência, em nome dos meninos que eles foram, e onde semeiam, sem saber se o joio vencerá o trigo ou se a colheita será farta ou não.
É o Reino dos Poetas, dos Homens-Meninos e daqueles que ouvem, no centro da alma, o que diz o silêncio da criança que olha.
É um país, sim, e um país singular, porque aí se exercem, a todas as horas, persistentemente, o Amor e a Paz. E isso é difícil: não nascemos anjos.


(Maria Lucília Bonacho - O Futuro está a estudar)

28.10.05

Diverte-e aprende II

http://www.jogodascoisas.net

E aqui vai mais um joguinho didáctico. Este dedicado a várias disciplinas.

Diverte-te e aprende I

http://nautilus.fis.uc.pt/cec/jogostp

É bem giro mesmo quando se sabe pouco de metais, tabelas periódicas,...

25.10.05

Ser professor!


Não sei porquê mas esta imagem e o seu título "ser professor" deixou-me a pensar(às vezes os professores também pensam!)
Seremos eternos idealistas? Será que continuamos a acreditar que apesar do fogo que consome o nosso sistema educativo, a nossa situação profissional cada vez mais decadente, a nossa falsa autonomia, etc, etc, etc.... conseguiremos preservar e renovar o essencial? E o que é o essencial na nossa profissão?
Seremos a classe dos passivos? Mesmo quando tudo arde (metáfora real do nosso país!) continuamos a fazer sempre o mesmo como se não soubéssemos fazer mais nada. Que maçada!
Parafraseando António Lobo Antunes, o que faremos nós quando tudo arde?

24.10.05

24 de Outubro-Dia Internacional das Bibliotecas Escolares

1.
O verbo ler não suporta o imperativo. É uma aversão que compartilha com outros: o verbo "amar"... o verbo "sonhar"...
É evidente que se pode sempre tentar. Vejamos: "Ama-me!" "Sonha!" "Lê!" "Lê, já te disse, ordeno-te que leias!"
- Vai para o teu quarto e lê!
Resultado?
Nada.
Ele adormeceu sobre o livro. (...)


Daniel Pennac, Como um Romance

Daniel Pennac refere ainda no seu livro os "direitos inalienáveis do leitor":

1. O direito de não ler
2. O direito de saltar páginas
3. O direito de não acabar um livro
4. O direito de reler
5. O direito de ler não importa o quê
6. O direito de amar os "heróis dos romances"
7. O direito de ler não importa onde
8. O direito de saltar de livro em livro
9. O direito de ler em voz alta
10. O direito de não falar do que se leu

Eu estou a ler "O homem duplicado" do nosso Nobel José Saramago.
E tu? Que andas a ler?
Podes sempre dar um pulinho à nossa biblioteca!

para saber mais

aimer...parler...jouer... Dúvidas na conjugação?Confusões nos tempos verbais. Experimenta este link!

20.10.05

A propósito das línguas!


Não é por acaso que hoje em dia se fala muito da importância e necessidade de conhecer várias línguas. Sem entrar em promiscuidades é, no entanto, certo que quanto ao tamanho as há de todo o género: afiadas, compridas, de trapo, de palmo e meio, viperinas...
O que me parece importante é fazer algo com a língua, como, por exemplo, desprendê-la, desenferrujá-la, pô-la em forma, exercitá-la para que dela se tire o devido proveito.
Actualmente fala-se muito mal. Mal-diz-se. Não se conhece a própria língua; às vezes até nos parece estrangeira. Deve ser por isso que aprender línguas é cada vez mais difícil. Ouvem-se os professores, queixosos e deprimidos, dizer que os seus alunos sabem cada vez menos e têm cada vez menos competência na língua. Afinal onde pára a língua? Em que altura do seu crescimento é que os nossos alunos deixaram de usar a língua e passaram a (ab) usá-la? E os professores, seremos nós capazes de (re) usar a língua?

Conheces a Europa?

19.10.05

hallo, esferográficas!

Parece que o lápis já está afiado!Escrevinhamos, pois então...

un petit jeu pour commencer

14.10.05

Olá

Acabámos de comprar um lápis novo. Estão preparadas para escrever?