linguasafiadas

Desatamos aqui a língua com pimenta e piri-piri q.b. para não picar o melindre!

30.12.05

El Ingenioso Hidalgo Don Quijote de la Mancha

Desocupado lector: sin juramento me podrás creer que quisiera que este libro, como hijo del entendimiento, fuera el más hermoso, el más gallardo y más discreto que pudiera imaginarse. Pero no he podido yo contravenir al orden de naturaleza; que en ella cada cosa engendra su semejante. Y así, ¿qué podrá engendrar el estéril y mal cultivado ingenio mío, sino la historia de un hijo seco, avellanado, antojadizo y lleno de pensamientos varios y nunca imaginados de otro alguno, bien como quien se engendró en una cárcel, donde toda incomodidad tiene su asiento y donde todo triste ruido hace su habitación?(...)

O ano de 2005 chegou ao fim e eu penso nos temas, nas personalidades, nas obras que este ano foram celebrados por todo o mundo e que não tive a oportunidade de referir neste blog. Há, no entanto, um que gostaria de mencionar porque me comove sempre: a história de Don Quijote de la Mancha. Este ano passaram 400 anos sobre a publicação da primeira parte da obra com o mesmo nome, de Miguel de Cervantes. Don Quijote é uma das minhas personagens romanescas preferidas que também inspirou inúmeros artistas: Dali, Picasso, Joe Darion, Richard Strauss, Jacques Brel, Doré e muitos mais.
Joe Darion compôs uma peça musical baseada nesta figura, mas eu prefiro a versão de Jacques Brel, da qual destaco o tema La quête, onde Don Quijote explica de algum modo toda a razão da sua existência e a que, na realidade, deveria ser a nossa:
Rêver un impossible rêve
Porter le chagrin des départs
Brûler d'une possible fièvre
Partir où personne ne part
Aimer jusqu'à la déchirure
Aimer, même trop, même mal,
Tenter, sans force et sans armure,
D'atteindre l'inaccessible étoile
Telle est ma quête,
Suivre l'étoile
Peu m'importent mes chances
Peu m'importe le temps
Ou ma désespérance
Et puis lutter toujours
Sans questions ni repos
Se damner
Pour l'or d'un mot d'amour
Je ne sais si je serai ce héros
Mais mon cœur serait tranquille
Et les villes s'éclabousseraient de bleu
Parce qu'un malheureux
Brûle encore, bien qu'ayant tout brûlé
Brûle encore, même trop, même mal
Pour atteindre à s'en écarteler
Pour atteindre l'inaccessible étoile.
Tanto se poderia dizer sobre Brel, Picasso, Dali e todos os outros, entre realizadores de cinema e escritores, que fizeram de Don Quijote o seu porta-estandarte em algum momento da sua vida criativa...

27.12.05

Vamos sambar nesta passagem de ano...

17.12.05

1905-"Annus Mirabilis"

Quando o físico inglês Stephen Hawking começou a escrever o seu best-seller "Uma breve história do tempo", foi avisado que se incluísse uma única equação comprometeria seriamente as vendas do livro. Apesar das implicações financeiras, Hawking sentiu-se compelido a incluír uma: E=mc2, a famosa fórmula de Albert Einstein.
A equação publicada há exactamente 100 anos simboliza a revolução ocorrida na Física no início do século XX. Com efeito, designa-se por Física Clássica a ciência desde Galileu e Newton até Einstein; a Física Moderna assenta nas teorias de relatividade (geral e restrita) de Einstein que, em conjunto com a Física Quântica, modificou as nossas ideias de espaço e tempo, causa e efeito, permitindo o desenvolvimento de outras teorias para tudo, desde o "big bang" aos buracos negros.
"Annus Mirabillis", assim ficou conhecido nos meios científicos o ano de 1905, em que Einstein publicou cinco artigos, cada um deles com o impacto de uma tese de doutoramento (ainda se estava no tempo em que elas realmente faziam história, pois traziam algo de novo para a humanidade). Um desses artigos, caracterizando o efeito fotoeléctrico e introduzindo o conceito de fotão como a "partícula" da luz, valeu-lhe mais tarde o Prémio Nobel da Física (em 1921). No entanto, para o grande público, ele é o homem da Teoria da Relatividade e terá sido esta a sua contribuição mais revolucionária para a evolução científica. Porque não terá Einstein recebido o Nobel por esta teoria? Alguns autores e biógrafos do homem cujo cérebro se encontra congelado, afirmam que Albert não merecia o prémio na totalidade visto que a Teoria também não seria sua na totalidade. Extractos de cartas do cientista à sua mulher e colega de curso, Mileva Maric, referem "o nosso artigo", "a nossa investigação", "a nossa ideia" e uma curiosa advertência: "One should be nice and modest and keep one's mouth shut, this is my advice to you".
Controverso, como sempre. O homem, tal como a obra, uma vastidão a conhecer...
Porque não aproveitar para isso, o que resta do ano de 2005, justamente Ano Internacional da Física, em comemoração do centenário da publicação de tão célebres teorias?
Professora Ana Paula Calixto
A propósito um "poemazinho" de D.H.Lawrence:
"Gosto das teorias da relatividade e quânticas
Porque as não compreendo
e fazem-me sentir como se o espaço se esquivasse
como um cisne indeciso
que se recusa a ficar quieto e a ser medido;
como se o átomo fosse uma coisa temperamental
mudando constantemente a sua vontade."

15.12.05

A origem da "Bûche de Noel"


A tradição mandava que, na véspera de Natal, se fosse buscar um enorme tronco de madeira, denominado “bûche de Noel” e que o trouxéssemos para casa com grande cerimónia. Na noite de Natal, o dono da casa o colocaria no átrio e procedia à libação, derramando azeite, sal e vinho sobre ele, declamando de seguida poesias. Em algumas famílias eram as raparigas da casa que acendiam o tronco de madeira com os pedaços de madeira ardida do ano anterior, que tinham sido cuidadosamente guardados para o efeito. Noutras famílias, esse privilégio cabia à mãe. As cinzas deste tronco tinham, dizia-se, a faculdade de proteger a casa das trovoadas e dos poderes maléficos do diabo. Este costume, que data do século XII, tinha lugar na grande maioria dos países europeus, nomeadamente em França e na Itália, onde o tronco de Natal era chamado ceppo. Em França, esta tradição manteve-se até meados do século XIX. O desaparecimento desta tradição coincide com a dos grandes átrios, que foram progressivamente substituídos pelos fogões em ferro fundido. O grande tronco foi então substituído por pequenos troncos de madeira, por vezes ornados por pequenas velas e verdura, que se colocavam no centro da mesa como decoração Natalícia.
Hoje em dia, o tronco de Natal é um bolo tradicional feito com creme de café ou de chocolate e decorado com folhas de azevinho.

14.12.05

Já cheira a Natal!

É comum ouvir-se dizer que já cheira a Natal. Mas afinal a que cheira o Natal?
A mim não me cheira muito bem, se calhar porque o meu olfacto ficou perdido algures na minha infância, onde esta época era vivida com grande magia, satisfação e intensidade.
Agora a predominância recai no olhar. Contemplam-se as luzes intermitentes, como se elas pudessem iluminar o que, durante grande parte do ano, permanece na escuridão. Chovem campanhas de solidariedade, embrulham-se as prendas com laços coloridos, empilham-se os sacos nas mãos de quem tão pouco dá e, no fim, restam os papéis e os sonhos amassados na esperança de reciclagem para o ano seguinte. É este o nosso modo de viver!

BEAUTIFUL !

http://www.edu-negev.gov.il/tapuz/motytp/atar/scripta/games/boleroclip.htm
Um momento de pura beleza.
O bolero de Ravel é deveras uma música inspiradora.
Viram o filme:"Les uns et les autres" ?
Está na Biblioteca da escola (em vídeo).


PS: Depois de abrir a página, clique em F11 para ampliar a tela

12.12.05

New York New York!

Dizem que se lançou graças à Mafia mas a verdade é que o timbre da voz de Frank Sinatra é inconfundível e o iremos sempre recordar. Faria hoje 90 anos.
Lembrei-me de uma canção que vou sempre associar-lhe ou à Lisa Minneli. Não sentem já o pézinho a mexer?

Start spreadin' the news,
I'm leavin' today
I want to be a part of it
New York, New York
These vagabond shoes,
are longing to stray
Right through the very heart of it
New York, New York
I want to wake up,
in a city that never sleeps
And find I'm king of the hill
Top of the heap
These little town blues,
are melting away
I'll make a brand new start of it
In old New York
If I can make it there,
I'll make it anywhere
It's up to you,
New York..New York
New York...New York
I want to wake up,
in a city that never sleeps
And find I'm A number one,
top of the list
King of the hill,
A number one....
These little town blues,
are melting away
I'll make a brand new start of it
In old New York
If I can make it there,
I'll make it anywhere
It's up to you,
New York..New York New York!!!

Que tal um acesso a uma gramática on-line?

http://priberam.sapo.pt/dlpo/gramatica/gramatica.aspx

Este segundo pode parecer infantil mas são as bases e a brincar se aprende.
http://gramatica.com.sapo.pt/

6.12.05

À letra!

Um pouco de árabe...